Resolvi procurar paz. Então fui. Depois de muito chão minha unica certeza era que a seta apontava para o sul. E que depois da curva o horizonte era infinito, aí sim não teria mais volta.
Naquela estrada que mais parecia o mar, com ondas e pescadores, as árvores que dançavam e passavam me faziam acelerar. Folhas de outono abandonavam seus galhos e repousavam na terra. As vezes levantavam vôo, como pássaros aprendizes, e prendiam-se em meu pára-brisa. Mas não voavam (era apenas o meu vácuo).
A adrenalina e o céu de algodões enigmáticos me faziam pisar fundo, e fui seguindo pela estrada de terra, até que aves trouxeram nova estação. O inverno já era nítido no caminho, e o frio apoiava-se em leves ondas que sopravam vento gelado.
Meu destino ainda não era ali, então fui parar na primavera. Vi as flores mais belas, que refletiam sentimentos bons como se fossem raios de luz. Mas mesmo entre tanta beleza não encontrei o que eu realmente procurava. Resolvi não mais seguir setas nem bússolas, e sim meu coração, que apontava para o sol naquele verão calmo que se fazia diante de mim.
Segui-o, pelos passos da vida. Fui passando por estações e emoções, rumo ao infinito (e além).